Glória Kreinz
Além de jornalismo científico e divulgação científica há o termo abrangente discurso científico que é necessário se tratar com o devido cuidado, pois desde os anos 70, com a sedimentação dos estudos de semiologia, sobretudo com Roland Barthes, o termo discurso passou a designar todas as atividades humanas entendidas como linguagem.
Michel Pêcheux, em seu livro Semântica e Discurso: uma Crítica a Afirmação do Obvio, publicado pela Editora Unicamp, em 1996, dedica um capítulo à discussão da noção de sujeito no discurso científico e fala em “simulação de ciências pela ideologia”. Como se observa o assunto pode ser discutido sob várias óticas, mas para facilitar o avanço epistemológico considera-se que o discurso científico, não é um discurso neutro, porém impregnado da visão de mundo de quem o produz, e geralmente se adapta ao público visado.
O jornalismo científico no Brasil, por exemplo, tem se desenvolvido tanto pelos jornais como pelos documentários de televisão e muito mais pelo rádio, como já previa José Reis.
No livro Os Donos da Paisagem, volume III da Coleção Divulgação Científica, no artigo escrito por José Reis e Nair Lemos Gonçalves, há uma trajetória do desenvolvimento do ato de divulgar ciência no Brasil. José Reis cita diversos autores entre eles João Ribeiro, Roquete Pinto, Ângelo Machado, Cândido de Melo Carvalho, Eurico Santos, Miranda Ribeiro, todos intelectuais atuando, como ele, junto à comunidade, tentando explicar para este vasto país os avanços científicos, não somente na área das ciências exatas, mas também no setor das ciências humanas.
Depois, usando ainda as Feiras de Ciência, encontros, conferências, vídeos se ampliou cada vez mais este campo de atuação. Graças aos esforços da divulgação científica no Brasil, representada por divulgadores científicos que atuam em suas comunidades, podemos falar em melhoria da qualidade de vida, o que quer dizer que o desenvolvimento foi satisfatório, mas diante das questões propostas anteriormente temos que indagar até onde foi satisfatório, e para quem foi satisfatório? Cabe a nós, incorporando os blogs e todas as formas da informática do século 21 continuarmos esta ampliação, sem esquecer que divulgação científica começa em nosso cotidiano e chega aos grandes laboratórios.
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http://www.eca.usp.br/nucleos/njr
FONTE : http://www.eca.usp.br/nucleos/njr/abradic/
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