quarta-feira, 31 de março de 2010
FECHANDO A NOITE E INICIANDO NOVO DIA, QUANDO COMEÇOU O SÉCULO 21?
COM JOSÉ REIS, COM O DALAI LAMA E TODAS AS CABEÇAS PENSANTES DO SÉCULO 21, AGORA PREO CUPADAS COM A QUESTÃO DO MOMENTO: O LHC MARCA UM NOVO SÉCULO? RELEMBRANDO JOSÉ REIS:
A CIÊNCIA É BONITA E PROFUNDAMENTE ESTÉTICA, PORTANTO DEVEMOS EXIBÍ-LA À SOCIEDADE.
Mantra do Coracao- so' para descontrair!
http://www.alyta.com/HeartSutraSanskr...
Imee Ooi's website
http://www.immmusic.com/
Heart Sutra - Sanskrit-English
Translated by Zuio H. Inagaki
http://www12.canvas.ne.jp/horai/heart...
(If you find a better site/translation, please post it. Thanks)
Namah sarvajnaaya
-Adoration to the Omniscient!
Aaryaavalokiteshvara-bodhisattvo gambhiiraayaam prajnaapaaramitaayaam caryaam caramaano vyavalokayati sma: panca skandhaah; taamshca svabhaava-shuunyaan pashyati sma.
-When Holy Avalokiteshvara Bodhisattva performed the deep practice in the Perfection of Transcendent Wisdom, he contemplated that there were five aggregates but observed that they were devoid of essential nature.
Iha Shaariputra ruupam shuunyataa shuunyataiva ruupam, ruupaan na prithak shuunyataa, shuunyataayaa na prithag ruupam, yad ruupam saa shuunyataa, yaa shuunyataa tad ruupam.
-In this case, Shaariputra, form is voidness and voidness is itself form; voidness is not different from form, and form is not different from voidness; that which is form is voidness, and that which is voidness is form.
Evem eva vedanaa-samjnaa-samskaara-vijnaanaani.
-So it is for perception, conception, volition and consciousness.
Iha Shaariputra sarva-dharmaah shuunyataa-lakshanaa, anutpannaa, aniruddhaa, amalaa, na vimalaa, nonaa, na paripuurnaah.
-In this case, Shaariputra, all things have the characteristics of voidness; they neither arise nor perish; they are neither defiled nor pure, neither deficient nor complete.
Tasmaac Chaariputra shuunyaayaam na ruupam na vedanaa na samjnaa na samskaaraa na vijnaanaani.
-Therefore, Shaariputra, within the voidness, there is no form, no perception, no conception, no volition, nor consciousness.
Na cakshuh-shrotra-ghraana-jihvaa-kaaya-man
-Neither is there eye, ear, nose, tongue, body or mind.
Na ruupa-shabda-gandha-rasa-sprashtavya-dha
-Neither is there form, sound, smell, taste, touch nor concepts.
Na cakshurdhaatur yaavan na mano-vijnaana-dhaatuh.
-Neither is there realm of sight, etc., until we come to the non-existence of realm of consciousness.
Na vidyaa, naavidyaa, na vidyaa-kshayo, naavidyaa-kshayo, yaavan na jaraa-maranam na jaraamarana-kshayo, na duhkha-samudaya-nirodha-maargaa, na jnaanam, na praaptir apraaptitvena.
-Neither is there wisdom, nor ignorance, nor extinction of wisdom, nor extinction of ignorance, etc., until we come to the non-existence of old age and death and the non-extinction of old age and death. Neither is there suffering, cause of suffering, extinction of suffering, nor the path leading to extinction of suffering. Neither is there wisdom nor acquisition because there is no grasping.
Bodhisattvasya prajnaapaaramitaam aashritya viharaty acittaavaranah. Cittaavarana-naastitvaad atrasto, viparyaasaatikraanto nishtha-nirvaanah.
-Depending on the bodhisattva's Perfection of Transcendent Wisdom, one dwells without any mental hindrance. Because of the absence of mental hindrance, one is fearless; freed from delusory thoughts, one will reach Nirvana.
Tryadhva-vyavasthitaah sarvabuddhaah prajnaapaaramitaam aashrityaanuttaraam samyaksambodhim abhisambuddhaah.
-All Buddhas dwelling in the three periods realize the highest, perfect enlightenment depending on the Perfection of Transcendent Wisdom.
Tasmaaj jnaatavyo prajnaapaaramitaa-mahaamantro mahaavidyaa-mantro 'nuttara-mantro 'samasama-mantrah, sarvadukha-prashamanah, satyam amithyatvaat, prajnaapaaramitaayaam ukto mantrah.
-For this reason, know that the Great Mantra of the Perfection of Transcendent Wisdom is the Great Wisdom Mantra, the Unsurpassed Mantra, and the Unequaled Mantra. It extinguishes all suffering, and is true and real because it is not false. It is the Mantra proclaimed in the Perfection of Transcendent Wisdom.
Tad yathaa gate gate paaragate paarasamgate bodhi svaaha.
-Namely, "Gone, gone, gone to the other shore;
Gone completely to the other shore.
Svaha."
Iti prajnaapaaramitaa-hridayam samaaptam.
-Thus ends the Essence of the Transcendent Wisdom Sutra.
MAU TEMPO SOBRE A CIÊNCIA DO CLIMA
http://www.presseurop.eu/pt/content/article/189931-mau-tempo-sobre-ciencia-do-clima
UM VÍDEO EDUCATIVO COM ALGUMAS INFOS
SOBRE O AQUECIMENTO GLOBAL FEITO PELA NASA
PRIGOGINE (fragmento do livro "OS DONOS DA PAISAGEM" de Glória Kreinz e Pavan)
Afirma:
“Assistimos à emergência de uma ciência que não está mais limitada a situações simplificadoras, idealizadas, mas que nos coloca diante da complexidade do mundo real, de uma ciência que permite à criatividade humana viver como expressão singular de um laço fundamental de todos os níveis da natureza.” (Prigogine, 1996)
(Teoria e Prática da Divulgação Científica - Glória Kreinz, em "Os Donos da Paisagem")
OS DESEJOS DOS HOMENS
homens desejam muitas coisas!
estudam biologia,zoologia,seres marinhos,
mergulham em mares límpidos,
velejam,voam,alimentam-se com iguarias!
sonham com objetos da mais alta tecnologia!
...os desejos dos homens,acabarão com o homem!
num período de nem 10 anos de intenso turismo,
"Fernando de Noronha" deixou de ser "Fernando de Noronha",
enquanto a ciência procura explicar o inexplicável,
geralmente o inexplicável já se extinguiu!
a pegada do homem no planeta é muito bruta!
rapidamente homens cada vez com mais desejos,
multiplicam-se e cada vez mais
destroem o planeta,poluem tudo,
usam demais os recursos naturais,
os desejos dos homens são infinitos
e os recursos da Terra não!
Nadia Stabile - 31/03/10
Desaquecimento global
"Ao contrário do que propagam, o planeta Terra tem hoje temperatura média de 15º C e está numa era interglacial. Ainda não é possível afirmar quando terá início nova glaciação. Portanto, a Terra está em desaquecimento global... com oscilações."
O tema do "aquecimento global" aparece com tal frequência na mídia que muitas pessoas creem plenamente na veracidade do fenômeno e na principal causa admitida, a de que o dióxido de carbono o determina. Isso exemplifica como um tema científico não deve ser tratado, porque houve perigosa mistura de interesses políticos, econômicos e sociais, à parte problemas e desafios de conotação essencialmente científica.
Consideremos a complexidade e a variedade de fatores determinantes do clima na Terra.
Há 18 mil anos começaram a diminuir os efeitos severos da última era glacial. Sob clima frio e seco, grandes massas de gelo ocupavam parte expressiva dos continentes no Hemisfério Norte, onde vagavam mamutes e mastodontes. Em fins dessa era, o nível dos oceanos subiu cerca de cem metros. Com o derretimento e diminuição das geleiras, a temperatura média da superfície global aumentou, no máximo, 5° C.
Falaciosos, retóricos ou bombásticos são os temas de aquecimento global atribuídos ao efeito estufa: degelo dos polos, extinção do urso polar, alçamento do nível do mar, inundação de partes das cidades costeiras, variações de frequência e intensidade de eventos climáticos e alterações em regimes regionais de chuvas. Estão em voga porque a velocidade dos fenômenos climáticos é infinitamente mais rápida que a dos fenômenos estritamente geológicos. Enquanto aqueles se sucedem em segundos, estes envolvem, no mínimo, milhares de anos, no caso das glaciações; milhões e até bilhões de anos para mudanças substanciais, como separação e colisão das placas tectônicas que sustentam os atuais continentes.
Quais são as reais causas das variações climáticas na Terra?
A dinâmica climática é controlada por três categorias de fatores: astronômicos, atmosféricos e tectônicos. As causas específicas ainda não estão bem compreendidas, mas já se conhece a periodicidade dos ciclos, da ordem de centenas, milhares e milhões de anos. Informações obtidas da análise de sedimentos profundos e testemunhos de sondagens no gelo polar indicam que os períodos interglaciais são da ordem de 15 mil a 20 mil anos. Vivemos, pois, um desses períodos.
Por mais avançadas que estejam as Geociências, marcadamente as subáreas da Geologia e Geografia, muito ainda existe para pesquisar sobre os fenômenos naturais. As causas do aquecimento/resfriamento global são naturais e podem ser amplificadas por ações antropogênicas, no caso de aquecimento. Dentre as causas conhecidas, a humanidade pode interferir apenas na retenção de calor pela atmosfera. As causas astronômicas e tectônicas estão livres de nossa influência.
A pretensiosa declaração "vamos salvar o planeta!" é contestada por cientistas que estudam climas atuais e antigos. Eles concluíram que há épocas de mudança rápida e global do clima. Se for rápida, isso pode significar catástrofe: "Civilizações floresceram e foram destruídas ao ritmo das pulsações do clima" (Jonathan Weiner, Planeta Terra, 1988, Editora Martins Fontes, página 94).
A Terra não precisa de quem a salve, mas a espécie humana pode desaparecer se continuar a tratar os espaços e recursos naturais da maneira devastadora e irresponsável como o faz.
Não podemos perder de vista que as mudanças climáticas são partes da ciclicidade dos fenômenos geológicos que afetam o planeta todo. O tema tem profundas implicações educacionais e deveria ser abordado no ambiente escolar com dados abrangentes. Em síntese, falta muita Geologia na escola básica, ou geoeducação, como dizem os europeus, mais avançados que nós em lidar com esses temas na escola.
Na escola básica, quando muito, fala-se de processos terrestres como causa de catástrofes naturais como terremotos, tsunamis (ondas gigantes do mar), com suas terríveis consequências. Mostra-se que vulcões se formam na base da crosta e produzem massas incandescentes e explosivas, as lavas, que nós, brasileiros, só observamos pela televisão ou pela internet. No topo da crosta ocorrem catástrofes induzidas pelo homem, como deslizamentos ou escorregamentos de terra em encostas íngremes que jamais deveriam ser habitadas, fato que, infelizmente, se verifica no Brasil. Enchentes e inundações devem-se a fatores como impermeabilização do solo, crescimento urbano acelerado, ausência de planejamento territorial, agravados pela disposição inadequada do lixo.
Já a atmosfera, enigmática desde a mitologia grega, foi considerada vulnerável à revolta dos deuses por civilizações primitivas e alguns observadores incautos atuais. Ela é visível e sensível por todos: quando vai chover? Quando virão tempestades? Camponeses sabem responder, até bem antes das previsões meteorológicas, ao observarem o rumo dos ventos, a umidade do ar ou até o canto dos pássaros.
Não se podem admitir generalizações: nem tudo é "aquecimento global". Ao contrário, muitos geocientistas anunciam a corrente, antagônica, do resfriamento global. Para visualizar melhor as incertezas inerentes ao fenômeno observem como foi rigoroso o último inverno no Hemisfério Norte...
Uma coisa é certa: planejamentos territoriais devem ser feitos com visão holística e equipes multi, inter e transdisciplinares, ou seja, devem envolver geólogos e profissionais de todas as áreas científicas afins. Caso contrário, casas, pontes ou viadutos podem cair. Buracos como o do Metrô Pinheiros continuarão aparecendo e engolindo vidas.
A Terra, nossa Gaia majestosa, é dinâmica e pulsa como um ser vivo. Os geólogos que o digam!
* Os autores são geólogos, José Reynaldo Bastos da Silva é professor visitante e Celso Dal Ré Carneiro docente do Departamento de Geociências Aplicadas ao Ensino, do Instituto de Geociências da Unicamp. email: jrbsilva@ige.unicamp.br
ESCOLHA: VERDADE OU OMISSÃO
QUANDO SE INSINUA QUE HÁ UMA RELIGIÃO DA CATÁSTROFE E SE QUESTIONA DADOS CIENTÍFICOS NA SUA VALIDADE METODOLÓGICA, MESMO TENDO SIDO FEITAS POR CIENTISTAS IMPORTANTES, COMO OS DO IPCC, SE CONFUNDE MAIS A OPINIAO PÚBLICA E NOS CAUSA O SEGUINTE QUESTIONAMENTO: QUAL SERIA O OBJETIVO DE QUEM O QUESTIONA E QUAL SERIA A SUA IDEOLOGIA OU PESQUISA.
IGNORAR AS POLÍTICAS PÚBLICAS, PODEM RESULTAR NUM ATRASO NA COLABORAÇÃO FINANCEIRA AOS PAÍSES, QUE ESTÃO REIVINDICANDO AJUDA PELAS CONSEQUÊNCIAS E PERDAS QUE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS JÁ ESTÃO CAUSANDO.
COMO IGNORAR OS MOTIVOS DA COP 15, AS REIVINDICAÇÕES DOS AMBIENTALISTAS, OS PEDIDOS DA O.N.U.,A REUNIÃO DOS PRESIDENTES E DE VÁRIAS AUTORIDADES NO ASSUNTO QUE LÁ COMPARECERAM? SERÁ POSSÍVEL QUE TANTAS PESSOAS E TANTOS MOVIMENTOS AMBIENTALISTAS DO MUNDO INTEIRO, ESTARIAM EM COPENHAGUE SE NÃO HOUVESSE ALGO SÉRIO ,REALMENTE OCORRENDO COM O PLANETA? QUANTOS DUVIDAM QUE O AQUECIMENTO GLOBAL EXISTE HOJE EM DIA?
O MOVIMENTO AMBIENTALISTA NÃO É UM MOVIMENTO LUNÁTICO. NÃO SOMOS OS QUE DETEM O PODER E OS EMISSORES DO CARBONO FÓSSIL.
A ESPERANÇA QUE TIVEMOS NA COP15 NÃO PODE TER SIDO EM VÃO. USAMOS O MEGAFONE NA PAULISTA JUNTAMENTE COM VÁRIAS ONGS RECONHECIDAS NACIONAL E MUNDIALMENTE, PARA PEDIR AO NOSSO PRESIDENTE, QUE LEVASSE METAS CONCRETAS PARA COPENHAGUE E DEU CERTO, POIS ÊLE PROMETEU REDUZIR AS EMISSÕES DE CO2 EM ATÉ 39 POR CENTO (NA OCASIÃO O PRESIDENTE VEIO ATÉ A AVENIDA PAULISTA PARA UMA REUNIÃO COM VÁRIAS ONGS E AMBIENTALISTAS DE TODO O BRASIL).
TEMOS ORGULHO DE SER ATIVISTAS E DE REIVINDICAR METAS AOS LÍDERES MUNDIAIS . TODOS MOVIMENTOS E ONGS RECONHECIDAS MUNDIALMENTE QUE PARTICIPARAM E AINDA PARTICIPAM DE AÇÕES, EVENTOS E PROTESTOS EXIGIRAM O MÍNIMO, OU SEJA QUE OS LÍDERES MUNDIAIS LEVASSEM METAS CONCRETAS À COPENHAGUE E CHEGASSEM A UM ACORDO PRÁ VALER.
NÃO POSSO CRER QUE FAÇAMOS PARTE DE UM DELIRIO COLETIVO. OS AMBIENTALISTAS NÃO TEM O PODER DE MANIPULAR A MÍDIA E OS FATOS.
MOVIMENTOS AMBIENTALISTAS E ONGS FAZEM O PAPEL QUE O ESTADO E CERTOS PODERES, NÃO FAZIAM E QUE AGORA PROMETERAM FAZER, MAS AS METAS SÃO A LONGO PRAZO E A REUNIÃO EM COPENHAGUE FOI UM FRACASSO.
AOS DETENTORES DO PODER, NÃO PARECE SER CONVENIENTE SE PENSAR NAS CONSEQUÊNCIAS, QUE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS DEVIDAS AO AQUECIMENTO GLOBAL CAUSARÃO AO MUNDO - NA COP15 VÁRIOS PAISES QUE REIVINDICARAM AJUDA AINDA NÃO RECEBERAM UM O.K. PARA UM AUXILIO MONETÁRIO, PORQUE HOUVE UM JOGO DE EMPURRA ENTRE CERTOS PAÍSES.
ALAGAMENTOS, MORTES, DERRETIMENTO DAS CALOTAS POLARES E MUITO MAIS SÃO CATÁSTROFES CLIMÁTICAS QUE DEVEM SER ESPERADAS, CASO A TEMPERATURA DO PLANETA SUBA MAIS 2 GRAUS, PELA NÃO REDUÇÃO NA EMISSÃO DE CO2 EM 350 PPM.
REIVINDICAR MEDIDAS PÚBLICAS DE PREVENÇÃO E DE EMERGÊNCIA, EDUCAÇÃO AMBIENTAL, REDUÇÃO NAS EMISSÕES DE CO2 EM 350 PPM E FUNDOS QUE AJUDARÃO AOS PAÍSES MAIS ATINGIDOS, SÃO O MINIMO QUE TODOS DEVEM EXIGIR DOS LÍDERS MUNDIAIS E QUE NÓS NOS COMPROMETEMOS À FAZER.
OMISSÃO E CRÍTICA QUALQUER PESSOA PODE FAZER, MAS SÓMENTE A AÇÃO EFETIVA E URGENTE PODERÁ AJUDAR O PLANETA AGORA.
UMA SEMENTE PLANTADA PELOS AMBIENTALISTAS DE HOJE, PODERÁ GERAR FRUTOS PARA A HUMANIDADE POR ISTO PRECISAMOS DE PESSOAS QUE FAÇAM A DIFERENÇA.
http://aquecimentoglobalicare.podomatic.com
www.tictactictac.com.br
www.350.org
MARCELO ROQUE HOMENAGEIA HOMENS DO "ADMIRÁVEL MUNDO NOVO" E LHC COMEÇA A FUNCIONAR QUANDO MUNDO COMEMORA A SEMANA SANTA; GLÓRIA KREINZ DIVULGA
Admirável Mundo Novo
Sejam as máquinas visíveis ou invisíveis
é o meu sangue quente
que corre entre suas juntas frias
Alimentando-as com a vida, até então,
restrita as fibras de minha carne
Reinventando assim o meu corpo
e expandindo minh'alma,
para além das fronteiras do meu peito
Marcelo Roque
terça-feira, 30 de março de 2010
A religião da catástrofe
Por Henri Atlan
(Tradução: Antonio Pralon)
"Mesmo que a temperatura média aumente nas próximas décadas, ainda que a produção de CO2 seja uma variável pertinente, não há certeza alguma de que sua redução seja uma forma eficaz de prevenir um eventual aquecimento global."
Henri Atlan é médico, biólogo e professor emérito da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, de Paris; autor de vários livros, alguns publicados no Brasil, como "O útero artificial" (Instituto Piaget, 2007) e "Será a ciência inumana? - Ensaio sobre a livre necessidade" (Cortez, 2004).
Diante da quase unanimidade da classe política em relação ao clima, eis que o Front Nacional-FN [partido de extrema direita francês] soou as trombetas da contestação ao consenso, contestação essa já existente, embora bastante minoritária, à direita e à esquerda. Mas o fato de o FN apreender-se de um problema não significa que o problema não exista. Felizmente Claude Allègre [ver artigo postado em 2.2.10, em ofrioquevemdosol.blogspot.com] e outros começaram a soar o alarme.
Vou abordar aqui a questão dos modelos. Há um problema de credibilidade dos modelos de mudanças climáticas e das previsões deles resultantes. Na verdade, esses modelos abrangem um domínio – o clima – em que a quantidade de dados disponíveis é pequena, em relação à quantidade de variáveis consideradas na sua elaboração, sem falar das variáveis ainda desconhecidas.
Isto significa que existe um grande número de variáveis de bons modelos, capazes de computar as observações disponíveis, ainda que fundamentados em hipóteses explicativas diferentes, que levam a diferentes e até opostas predições. Tratam-se, neste caso, de “modelos por observações”, caso particular de “sub-determinação das teorias pelos fatos”, bem conhecidos dos pesquisadores dedicados à construção de modelos de sistemas naturais complexos, em que a quantidade de dados não pode ser multiplicada em função de experiências repetidas e reproduzíveis. Consequência: os modelos sobre as mudanças climáticas não passam de hipóteses, em formato computacional bem sofisticado, mas cheios de incertezas em relação à realidade; do mesmo modo que as previsões deles resultantes.
O relatório do Grupo Intergovernamental de Especialistas em Clima (GIEC, ou IPCC, na sigla em inglês) não exclui essa informação, e algumas dessas incertezas são, inclusive, mencionadas. Mas, como o relatório completo é difícil de ser lido e compreendido pelo grande público e pelos agentes políticos, publica-se como adendo um documento abreviado com recomendações aos governantes. E mais incertezas surgem, pelo menos quanto ao possível aumento da temperatura média da Terra, a curto e médio prazos. O resultado é a crença cega no valor da verdade do modelo estabelecido pelos cientistas especialistas do clima e do caráter inelutável das predições mais ou menos apocalípticas.
Essa crença, repetida e amplificada por obras e discursos de grande impacto midiático, tomou a forma de um dogma e de uma religião do “salvar o planeta” em meio à grande parte da opinião pública mundial, quando se sabe que nosso planeta já teve dias piores e não corre perigo agora. Algumas geleiras polares se fundem, alguns glaciares recuam após terem avançado, algumas terras baixas e ilhas correm o risco de serem submergidas em um futuro próximo, ao mesmo tempo em que, talvez, seja um resfriamento que ameace outras regiões do globo. Reunir esses dados em um modelo global é mais do que arriscado, pois nada é menos seguro do que a eficácia das medidas preconizadas para “salvar o planeta”.
Mudanças da mesma ordem de grandeza já aconteceram no passado. A importância das atividades humanas nas alterações climáticas observadas há algumas décadas é uma dessas incertezas que dependem do modelo adotado. Mesmo que a temperatura média aumente nas próximas décadas, ainda que a produção de CO2 seja uma variável pertinente, não há certeza alguma de que sua redução seja uma forma eficaz de prevenir um eventual aquecimento global. E nos dizem que, apesar das incertezas e até dos erros identificados, as conclusões dos estudos continuam válidas. Mas isto só faz reforçar a dúvida sobre o valor desses modelos: tão complexos e sub-determinados, que levam às mesmas conclusões, mercê de modificações não desprezíveis dos dados.
É preciso reconhecer que a especialidade científica em situação de incerteza é difícil. Poucos especialistas têm a coragem de assumir que são incapazes de dar resposta à demanda, mesmo em probabilidade. Muitas vezes são tentados a dar alguma resposta, seja com o intuito de tranqüilizar ou de prevenir. O sangue contaminado foi um ponto de virada. A tendência a tranqüilizar, que antes parecia prevalecer foi derrubada, ao mesmo tempo em que se impunha cada vez mais o princípio da precaução.
Hoje os especialistas preferem muito mais ser profetas da infelicidade; de acordo com o profeta Jeremias, corre-se menos risco anunciando uma catástrofe do que uma boa notícia, pois em caso de erro sempre é possível argumentar que a catástrofe foi evitada graças àqueles que a anunciaram. O princípio da precaução uma vez aplicado suscita dúvidas sobre a catástrofe anunciada, o que já é perigoso para os especialistas, de quem se espera certezas e recomendações firmes.
No caso em questão, o IPCC foi constituído com uma missão bastante precisa, fortemente orientada, desde o começo, ao que deveria ser a conclusão do seu relatório. Tratava-se de avaliar de maneira clara e objetiva “as informações de origem científica, técnica e socioeconômica necessárias para compreender melhor os fundamentos científicos dos riscos ligados à mudança climática de origem humana” para, em seguida, apreciar possíveis conseqüências, visando medidas de adaptação e atenuação. Isto significa que, tidos como certos os riscos e sua origem humana, só restaria ao grupo de especialistas avaliar suas “bases científicas” e deduzir recomendações. Não fica bem nessas condições lançar dúvidas sobre a realidade dos riscos. Por outro lado, teria sido arriscado desconsiderá-los e perder toda credibilidade às vistas do poder político que, por sua vez, se nutre da opinião dos cientistas.
Mais importante do que impor medidas que ameaçam o desenvolvimento de países emergentes e em via de desenvolvimento, como também a economia de países desenvolvidos, em nome dessa nova religião de vocação universal, é enfrentar os problemas ambientais locais, como a poluição atmosférica das grandes cidades, a poluição de mares e rios causada pelo excesso de dejetos, fruto da superpopulação.
Como dizia um especialista do clima durante a realização da conferência de Copenhagen, o aquecimento climático não é visto da mesma maneira na Dinamarca e em Bangladesh, que sofre regularmente catástrofes naturais amplificadas pelo estado precário de cidades e vilas. Pode-se dizer o mesmo do Haiti e outros países pobres. Ao invés de se tentar prevenir riscos globais incertos adotando medidas globais de eficácia igualmente duvidosa, melhor seria resolver os problemas localmente, corrigindo o que seja possível e adaptando-se ao que seja inevitável em curto prazo, através de medidas de urbanização e, se necessário, de deslocamentos de populações.
Em vez de “salvar o planeta”, salvar as populações desnutridas e sem água potável. Planejar adequadamente a transição energética, permitindo aos países emergentes e pobres o uso de combustíveis fósseis, para lhes possibilitar recuperar o atraso, com o uso simultâneo de energias renováveis como solução para o esgotamento dos hidrocarbonetos que, embora inelutável, sua previsão é bem difícil de ser determinada com exatidão.
Pelo andar da carruagem, a religião ecológica do “salvar o planeta” pode nos levar a excessos ideológicos com risco até de um totalitarismo, como já preconizado por certas lideranças mundiais; tudo, evidentemente, em prol do bem estar da humanidade e em nome da “ciência”, tal como as ideologias totalitárias do século XX. Mas dessa vez com uma novidade, o “princípio da precaução”.
Ainda que as catástrofes anunciadas não sejam certas, nos dizem que não se corre risco algum com a aplicação das medidas preconizadas, em nome do princípio da precaução. Mas isso é falso. Na verdade, o que se põe em risco com algumas dessas medidas é o desenvolvimento das populações pobres e a economia das sociedades de consumo à qual elas aspiram. O bom senso imperou em Copenhagen. As aplicações do princípio da precaução envolvem riscos tão difíceis de avaliar quanto àqueles que ele diz prevenir. É por isso que, enquanto princípio geral de ação, ele é autodestrutível.
Afinal de contas, não é certo, mas é possível que exista o Deus dos teólogos. A famosa aposta de Pascal nada mais é que a aplicação do princípio da precaução, com uma estimativa de riscos aceitável, apostando em um ganho maior, a felicidade eterna infinita. Aplicando o princípio da precaução nessa esfera, deveríamos a muito tempo ter decidido, com peso na consciência e culpa, aplicar as medidas de restrições e renúncias de todo tipo preconizadas pelos especialistas, isto é, os teólogos especialistas de Deus, assim como são os novos especialistas do clima. Felizmente nada disso aconteceu. Esperemos que as gerações futuras sejam tão sábias quanto àquelas que nos precederam.
TINHA QUE SER HOJE...LHC COMEÇA A FUNCIONAR QUANDO MUNDO COMEMORA A SEMANA SANTA; GLÓRIA KREINZ DIVULGA
SIGNIFICATIVO QUE SEJA NA SEMANA SANTA, E NA PÁSCOA JUDAICA, QUANDO MUITOS PARAM PARA MEDITAR SOBRE A CRIAÇÃO DE SI MESMO E DO MUNDO...O TEMPLO DA CIÊNCIA DO SÉCULO 21 TAMBÉM DEU SEU RECADO...GLÓRIA KREINZ
http://laboratorio.folha.blog.uol.com.br/
segunda-feira, 29 de março de 2010
Cinco séculos do pensamento francês - EDGAR MORIN
Jean François-Dortier
Revista Ciências Humanas – série especial número 06, 2007
Edgar Morin, o último dos pensadores?
Reconciliar o homem com o primata, colocar fim ao conflito natureza/cultura, colar novamente os pedaços dispersos dos saberes sobre o homem: tal é o desafio proposto por Edgar Morin no final do século XX, o que faz dele o pensador mais ambicioso desse começo do século XXI. pp.100.101
As Ciências Humanas vivem o tempo dos pesquisadores, e os pensadores quase que desapareceram. Edgar Morin, nascido em Paris em 1921, talvez seja o último entre eles.
Ser pesquisador, é ser especialista de um domínio: psicologia da criança, historiador da Idade Média, economista das finanças ou sociólogo do trabalho. Graças a essa hiper especialização das áreas, nossos conhecimentos se restringiram, empilhados e diversificados. Mas qual é o cerne dessas grandes questões?
A natureza humana, o funcionamento das sociedades ou a dinâmica da história escapa à pesquisa especializada que não é feita para responder a este tipo de interrogações. Quando chega o tempo de juntar as peças do puzzle para recompor um pensamento global, a pesquisa especializada está desarmada.
Pensar o ser humano e a dinâmica das sociedades na sua globalidade exige uma certa ambição intelectual, uma cultura não confinada, mas também os instrumentos mentais adaptados a uma tal empreitada. Eis o objetivo ao qual se propôs Morin com seu grande projeto: pensar a complexidade.
À procura do método.
Para compreender esse projeto, voltemos trinta anos atrás, em 1977. Morin já tem atrás dele uma carreira de pesquisador bem realizada.
Ele liderou uma função de sociólogo e de intelectual. Entrou no CNRS (Centro Nacional da Pesquisa Científica) no início dos anos 1950,
e aí desenvolveu a seu modo o estudo da cultura de massa (O cinema e o homem imaginário, 1956, As Estrelas, 1957). Os anos 60 (do século XX) são consagrados a uma “sociologia do presente” com o O Espírito do Tempo (2 volumes, 1962 e 1972); O Rumor de Orléans (1969) e inúmeros artigos sobre a juventude, a canção, a televisão, fenômenos considerados até então como fúteis pelos sociólogos (Sociologie, 1984). Com A metamorfose de Plozevet (1967), ele assina uma monografia exemplar sobre a transformação de uma pequena comunidade francesa por volta dos anos 1960.
Intelectual, Morin participou da criação da revista Argumentos que será de 1956 a 1962, um lugar de efervescência intelectual. Já encontramos aí, os temas desenvolvidos posteriormente: o apelo à fundação de uma “política de civilização” – que ultrapassa a política no termo restrito do sentido - mas também o fundamento da vida em sociedade, a comunicação, o amor, a sabedoria, a felicidade. A ecologia política, muito antes do tema estar na moda.
Tudo isso bastaria para ele exercer uma carreira acadêmica. Mas Edgar Morin não é homem de se deixar encerrar num campo disciplinar.
Desde O Homem e a morte (1951), ele havia abordado alguns paradoxos da condição humana e do conhecimento: o ser humano recusa sua condição de mortal inventando uma série de mitos.
Seu pensamento é ao mesmo tempo um formidável instrumento de conhecimento e de engano. Essa revolta contra sua condição de animal mortal denota uma “inadaptação do homem à natureza, e uma inadaptação do indivíduo humano à sua própria espécie”.
Por ocasião de uma estadia nos Estados Unidos, durante o ano de 1960, ele descobre as ciências do ser vivo, a importância da biologia, da etnologia animal, da cibernética e do pensamento sistêmico. É o início de um renascimento intelectual (narrado no seu diário, O Vivo do sujeito).
Morin decide então dar um novo caminho ao seu pensamento, e de se consagrar inteiramente à concepção de “uma antropologia fundamental”. Ele se proporá como missão, de descompartimentar as ciências humanas entre elas e de descompartimentar as ciências dos seres vivos. Em 1973, O Paradigma perdido traça novas perspectivas. Trata-se de um prelúdio de sua importante obra: O Método, que será desenvolvido durante trinta anos.
O objetivo de “O Método” é o de promover uma reforma do pensamento. Um procedimento do espírito que procura rearticular aquilo que a pesquisa especializada separou. Isso não significa a promoção de um pensamento “holístico” que aboliria as diferenças, mas de retomar o desafio já proposto por Blaise Pascal “Eu defendo a idéia de que é impossível compreender o todo sem compreender cada uma das partes, assim como compreender cada uma das partes sem conhecer o todo.”
O Método não pretende pesquisar uma “pedra filosofal” destinada a resolver todos os problemas. À diferença do Discurso do Método de Descartes, o procedimento de Morin recusa, de ínicio, a idéia de uma verdade definitiva, que seria possível de ser atingida, e de um conhecimento absolutamente rigoroso a ser colocado em ação.
A idéia do inacabado, da incerteza, da relatividade do conhecimento está no centro do seu pensamento.
Trata-se inicialmente de aprender a ultrapassar as oposições binárias natureza/cultura, indivíduo/sociedade, determinismo/liberdade, sujeito/objeto.
Aprender a combinar os determinismos e as incertezas do acaso, combinar entre eles as forças múltiplas que se entrelaçam em toda a identidade humana. Para isso, Morin colocou em destaque alguns princípios do pensamento desenvolvidos a partir do método sistêmico e das ciências da auto-organização: princípio da recursividade, princípio dialógico, princípio hologramático.
Daí decorre uma visão do mundo social onde a ordem e a desordem se misturam, onde as ações individuais e os acontecimentos são ao mesmo tempo produtos e produtores da dinâmica social, onde os fenômenos de emergência e de bifurcação vem romper as regularidades da ordem social.
Ao mesmo tempo em que Edgar Morin elabora uma nova conduta do pensamento, ele vai se ligar a alguns fenômenos contemporâneos. Para sair do século XX (1981), Da natureza da URSS (1983), Pensar a Europa (1987).
O último será o primeiro?
Trinta anos após ter lançado seu grande projeto, Morin continua isolado. O projeto do Método suscitou dois tipos de reações.
Entre alguns, ele suscitou um ímpeto de grande simpatia, mas com pequeno efeito (o quadro universitário deixa pouco lugar ao generalista).
Entre outros, suscitou um arrogante desprezo: Morin é tido como um fabricante de idéias, uma pessoa que faz mil coisas ao mesmo tempo mas que é incapaz de afrontar os problemas científicos concretos.
No momento em que as ciências humanas sucumbem sob o próprio peso de pesquisas, teorias, dados, análise, no momento em que a complexidade é consagrada como a “ciência do século XXI”, Morin seria o último dos pensadores à moda antiga?
A menos que ele seja o primeiro de uma nova era...
Jean François-Dortier
Integrar o observador na observação
A reflexão tornou-se o extremo limite a que se pode chegar com a pesquisa nas ciências humanas. O pesquisador deve revelar suas condições de produção, seus pressupostos, aprender a examinar atentamente seus próprios condicionamentos intelectuais. Há muito tempo que Edgar Morin tem feito deste princípio de auto análise um dos pilares de seu método de pensamento.
Desde a Autocrítica (1959), ele se dedica a uma análise de seu engajamento com o comunismo, e posteriormente, de suas desilusões.
E em vez de explicar tudo pelo empreendimento da ideologia comunista, ele procura esmiuçar as instâncias individuais da auto-ilusão, como por exemplo, uma pensamento hiper crítico pode produzir as piores cegueiras; como as idéias são ao mesmo tempo fonte de todos os nossos conhecimentos e fazem pano de fundo a um parte do real. Ele retoma o tema de Para sair do século XX (1981).
Nos seus diários (O X da questão, 1969), Diário da Califórnia (1970), Diário de um livro (1981), Morin atua sem dissimulação para narrar em quais condições ele escreve, estuda e produz suas idéias. J.F.D.
“Nós temos necessidade de uma cultura mais ampla do que aquela da disciplina. Eu diria mesmo, uma cultura geral, uma cultura humanista.
Atualmente, até nas empresas, nos lugares onde triunfava a tecnocracia, damo-nos conta de que conhecer um pouco o mundo das idéias filosóficas, aquela da música ou da literatura não é simplesmente um ornamento que permite brilhar nos jantares de negócios.
É também qualquer coisa que ajuda a viver, portanto a trabalhar.
Na universidade como na pesquisa, a hiper especialização conduz as pessoas a se considerar como propriedades exclusivas da parcela do território que elas ocupam, e a proibir que pensemos a esse respeito.”
outubro – novembro de 2007
O MOVIMENTO AQUECIMENTO GLOBAL- I CARE- EU ME IMPORTO! ORGANIZOU E MOBILIZOU A HORA DO PLANETA NA AV. PAULISTA PARA SENSIBILIZAR OS LÍDERES MUNDIAIS
Post Socrático
- Ciência 'burguesa'... ou ciência capitalista?
- Quem veio primeiro, o capitalismo ou a ciência?
- Quem pixa muro com idéias de cunho intelectual não é 'burguês'? Por quê?
- A área de humanidades não é ciência - e, como tal, igualmente capaz de 'destruir o planeta'?
- Existe um limite bem definido entre o que seja bem e mal, bom e mau? Pode-se praticá-los ao mesmo tempo?
domingo, 28 de março de 2010
sábado, 27 de março de 2010
O que, de fato, move o pêndulo climático?
Brian Fagan
A citação acima e o texto abaixo foram extraídos do livro “O Aquecimento Global – a influência do clima no apogeu e declínio das civilizações”, do antropólogo britânico Brian Fagan (São Paulo: Larousse do Brasil, 2009).
Como os agricultores de subsistência atuais, os do ano de 1200 não deixavam que nada se perdesse, mesmo em um ano bom como esse. Basta observar as rugas profundas que marcam o rosto dos adultos para entender. Até os homens e mulheres na casa dos 20 anos parecem velhos, as fisionomias debilitadas pelo trabalho e pela fome ocasional ou pela má alimentação. Contudo, essas pessoas viviam em um mundo mais quente do que fora por muitos séculos, que os climatologistas chamam de Período de Aquecimento Medieval.
Mil anos atrás, tudo na Europa dependia da agricultura. Da Inglaterra e Irlanda até a Europa Central,
Havia muito menos gente, então. A população de Londres ultrapassava a casa dos 30 mil habitantes pela primeira vez em 1170. As populações conjuntas da França, Alemanha, Suíça, Áustria e Holanda somavam aproximadamente 36 milhões de pessoas em 1200, e hoje somam mais de 250 milhões. Quase todas essas pessoas viviam em aldeias e vilarejos, ou talvez cidades pequenas, pois as grandes cidades estavam apenas começando a ser um elemento significativo na vida européia. E todos, até mesmo o “grande senhor”, dependiam de uma zona rural cultivada sem máquinas, sementes híbridas ou fertilizantes. Cavalos e bois, e até as esposas, puxavam o arado e o rastelo. A colheita era reunida com as mãos, carregada nas costas das pessoas, talvez transportada até o mercado por uma carroça puxada por bois ou por barcaças.
Londres medieval
Cada agricultor sabia que a terra cultivável precisava ser arada e fertilizada por animais, e depois descansar para recuperar sua fertilidade e minimizar a ocorrência de pragas nas plantas. Os solos mais leves, com melhor irrigação, recebiam as plantações de cereais. Os animais se alimentavam nos bosques e em pasto aberto nos solos mais pesados, argilosos. Sua única proteção contra as secas, tempestades ou geadas repentinas era uma plantação mais diversificada, em baseada muito mais variedades, além dos cereais.
Ganhar a vida com o solo medieval europeu nunca foi tarefa fácil, mas era o que se fazia e, às vezes, com sucesso considerável, especialmente durante os verões mais quentes e secos. Os agricultores da Inglaterra e França cultivavam principalmente trigo, cevada e aveia. Ervilhas e feijões, ricos em vitaminas, eram plantados nos campos no início da primavera e colhidos no outono; os legumes ficavam nas plantas até secarem, e os caules eram plantados de volta como fertilizantes. Legumes e hortaliças de todos os tipos completavam o que era basicamente uma dieta sem carne, à base de pão e mingau.
A maioria dos agricultores tinha uma pequena criação de animais – uma ou duas vacas leiteiras, alguns porcos, ovelhas, cabras e galinhas e, os que tinham sorte, um cavalo ou alguns bois, ou pelo menos acesso a eles para arar. Os animais forneciam carne e leite, e também as peles e a lã.
Todo ano, enquanto o verão amadurecia para dar lugar ao outono, cada comunidade fazia sua colheita e agradecia a Deus pela generosidade, pois a vida não era fácil. O interminável ciclo das estações definia a existência humana. Assim como a rotina da semeadura, o desenvolvimento da plantação e a colheita; a realidade do nascimento, vida e morte; e todos acreditavam que esses eram os desígnios arbitrários do Senhor.
Em uma era muito anterior à da previsão do tempo, todos, fossem reis ou nobres, senhores de guerra, mercadores ou lavradores, estavam à mercê dos ciclos em que se alternavam chuvas pesadas e períodos de seca, tempestades violentas e dias perfeitos de verão. Eram parceiros involuntários em uma dança climática intrincada conduzida pela atmosfera e pelos oceanos. Mas, especialmente entre os anos 800 e
As mudanças de temperatura relativamente pequenas desses séculos são mínimas quando comparadas àquelas do fim da última Idade do Gelo. Cerca de 12 mil anos atrás, o mundo entrou em um período de aquecimento global prolongado, conhecido pelos geólogos como holoceno, que continua até hoje. Gerações de cientistas, trabalhando com dados inadequados, criaram imagens de mais de dez milênios de clima basicamente moderno, com mudanças relativamente pequenas desde o aquecimento que se seguiu à era do gelo. Mas uma revolução na paleoclimatologia transformou nosso conhecimento do holoceno nos últimos anos. Podemos agora discernir, não apenas oscilações de inverno e verão de um milênio atrás, mas também ciclos muito mais curtos, principalmente nos últimos dois mil anos. Algumas mudanças climáticas duram um século ou uma década; outras, como os fenômenos causados pelo El Niño, não duram mais do que aproximadamente um ano.
Poucos acontecimentos climáticos importantes permaneciam por períodos maiores do que uma geração e, por isso, eram rapidamente esquecidos em épocas em que a expectativa de vida era de pouco mais de trinta anos. A nova climatologia nos mostrou que o relógio climático pode acelerar ou diminuir a velocidade, recuar ou mudar de direção subitamente e, até mesmo, permanecer estável por longos períodos de tempo, mas ele nunca para.
Ninguém sabe exatamente o que move o pêndulo climático. É bem provável que pequenas mudanças na inclinação da Terra provoquem alterações no clima, assim como os ciclos de atividade solar. Nos últimos anos, entretanto, a maioria dos climatologistas passou a acreditar que interações complexas, embora ainda pouco compreendidas, entre a atmosfera e o oceano desempenham um papel muito importante nas alterações climáticas.
O NJR/ECA/USP E A ABRADIC APOIAM A HORA DO PLANETA; GLÓRIA KREINZ DIVULGA
ESTAREMOS NA PAULISTA...
APOIANDO A HORA DO PLANETA...
Mobilização do Movimento Aquecimento Global- I Care eu Me Importo!
APOIO ABRADIC- ATIVEG - NÚCLEO NJR-DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA - ECA USP - CÁTEDRA UNESCO - AGENDA 21 -VOLUNTÁRIOS
Estaremos nos reunindo na frente do Parque Trianon na Av. Paulista à partir das 19:30 do dia 27 de março - sabado, aderindo a Hora do Planeta da WWF
Faremos uma ação pacífica flash mob visando sensibilizar a população e os líderes mundiais
sobre a crise climática
Reivindicamos Políticas Publicas de Prevenção, Emergência, Educação Ambiental, Redução dos níveis de CO2 para 350 ppm
Não à emissão absurda de CO2 pela pecuária e desmatamento da Amazonia
Venha expressar o seu pensamento e reivindicar conosco
O planeta depende de todos nós.
Conjectura de Poincaré
Esta conjectura surgiu na seqüência de uma outra conjectura formulada por Henri Poincaré em 1900, que afirmava que qualquer variedade tridimensional fechada e com homologia trivial (denominada uma esfera de homologia) era homeomorfa a uma esfera. Na verdade esta conjectura foi refutada pelo próprio Poincaré em 1904, que forneceu o primeiro exemplo de uma esfera de homologia não homeomorfa a uma esfera.
Em 2003 Grigory Perelman anunciou uma solução positiva para o problema, recusando o prêmio Clay no valor de um milhão de dólares.
[editar] Solução
Notícia publicada em 27 de agosto de 2006, na versão online do jornal britânico da BBC, atribui a resolução do problema da Conjectura de Poincaré ao matemático russo Grigori Perelman. O matemático recusou-se a receber a Medalha Fields. Diversos matemáticos do Massachusetts Institute of Technology (MIT) debruçam-se sobre o teorema criado por Perelman, na tentativa de verificar a precisão de seus cálculos. Tomasz Mrowka, do MIT, disse, recentemente: "Estamos desesperadamente tentando entender o que ele fez".Em 2006, Zhu Xiping e Cao Huaidong, dois matemáticos chineses, publicaram os detalhes finais da prova da Conjectura de Poincaré. O trabalho foi publicado na edição de Junho do "Asian Journal of Mathematics".
Em 18 de março de 2010, o Clay Mathematics Institute anunciou que o Dr. Grigori Perelman era o vencedor de um dos sete Prêmios do Milênio, no valor de um milhão de dólares, por sua solução da Conjectura de Poincaré. Recentemente ele recusou o prêmio, alegando que, pela solução do problema, o reconhecimento já era suficiente.
FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Conjectura_de_Poincar%C3%A9
sexta-feira, 26 de março de 2010
Oswaldo Frota-Pessoa morre aos 93 anos
"O Frota foi meu orientador, era uma pessoa absolutamente fantástica, não só como pesquisador, mas como educador, que tratava todos com muito carinho, conseguia motivar muito os alunos", afirmou a geneticista da USP e Acadêmica Mayana Zatz. "Eu o conheci assim que entrei na faculdade, com 17 anos. Frota formou todos os geneticistas médicos da minha geração e da que me antecedeu. Formou uma escola."
Seu pai, José Getulio da Frota-Pessoa, foi um importante educador, tendo participado do movimento de renovação do ensino que ocorreu na década de 1930, informa Rodrigo V. Mendes da Silveira, da Faculdade de Educação da USP. Segundo Mendes da Silveira, o cientista gostava de se definir como um "racionalista empedernido".
Frota-Pessoa formou-se em História Natural pela Escola de Ciências da Universidade do Distrito Federal (1938) e na Faculdade de Medicina da então denominada Universidade do Brasil (1941), hoje Federal do Rio de Janeiro. No mesmo ano, cursou técnicas de pesquisa biológica no Instituto Oswaldo Cruz e doutorou-se em História Natural na Faculdade Nacional de Filosofia, também no Rio. Membro da Sociedade Brasileira de Botânica e de Genética e da Academia Brasileira de Ciências, Frota-Pessoa escreveu diversos livros nos campos da genética humana e citogenética.
Era casado com a Acadêmica Elisa Frota-Pessoa, pioneira entre as brasileiras nos estudos de Física e fundadora, em 1948, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, do qual foi afastada em 1969 em decorrência do Ato Institucional número 5 (AI-5).
A Academia Brasileira de Ciências solidariza-se com a família e lamenta a perda do brilhante cientista brasileiro.
(G1, 24/03)
Todas as matérias deste site podem ser reproduzidas, desde que citada a fonteFONTE : http://www.abc.org.br/article.php3?id_article=636
Perelman é doido, ou entendeu tudo?
Ele é um matemático russo, de 43 anos, já passou meses sem trocar de roupa, raramente corta as unhas, a barba ou o cabelo. Vive com a mãe em São Petersburgo, tem horror a jornalistas e viveu sete anos praticamente recluso. Nem e-mails respondia. Quando esteve nos Estados Unidos, a base de sua alimentação era pão preto e iogurte. Recusou cátedras nas universidades de Princeton, Berkeley, Stanford e no MIT. É um excêntrico, mas é um excêntrico que tem bastante a ensinar. Até que ponto vive-se melhor parecendo maluco do que deixando-se bafejar pela celebridade?
Superando ciúmes, intrigas e rivalidades, Perelman acaba de conquistar o prêmio dos "Problemas do Milênio", com direito a um cheque de US$ 1 milhão, concedido por uma fundação americana, por ter decifrado um dos sete grandes mistérios da matemática. Em 2006, ofereceram-lhe um honraria considerada equivalente a um Nobel de matemática. Recusou-a.
Para os leigos (como o signatário), a Conjectura de Poincaré é algo incompreensível. Ainda assim, pode-se perceber que Poincaré, um matemático francês que morreu em 1912, deixou para o mundo uma conjectura. Mais difícil será entender o que significa o segundo mistério: "A existência de Yang-Mills e a falha na massa".
Perelman resolveu a conjectura em 2002. Em vez de mandar seu trabalho para uma revista científica, onde um painel de estudiosos estudaria a consistência dos argumentos, simplesmente jogou os textos na internet, num arquivo público de trabalhos acadêmicos. O trabalho não dizia que a conjectura havia sido resolvida, essa tarefa cabia a quem o lesse. (Um matemático gastou três meses para entendê-lo.) A comunidade dos sábios consumiu dois anos estudando, invejando e, em alguns casos, buscando uma falha na explicação. Perda de tempo.
Quando Perelman foi convidado por Princeton, pediram-lhe um currículo. Respondeu que, se não sabiam quem ele era, não deveriam convidá-lo. Como o MIT chamou-o depois que resolveu a Conjectura de Poincaré, recusou porque deveriam tê-lo chamado antes. Num último convite podia ganhar quanto quisesse e fazer o que quisesse durante o tempo que bem entendesse. Respondeu que estava comprometido com seus alunos do ensino médio de São Petersburgo, o que nem era verdade.
Perelman ofendeu-se quando o "New York Times" disse que ele sustentava que resolvera a conjectura para ganhar US$ 1 milhão. Afinal, estudava o problema muito antes de o prêmio surgir e não sustentava coisa alguma. Decifrara a Conjectura de Poincaré, ponto.
Perelman é um matemático excêntrico e, pensando-se bem, Lady Gaga é uma roqueira quase convencional. Assim as coisas ficam fáceis e pode-se ir em paz ao próximo show. Contudo o mundo fica mais interessante quando se sabe que o negócio de Perelman é outro. Os matemáticos podem viver num mundo de liberdade e rigor absolutos. Ele escolheu uma vida de total integridade, sem concessões a coisa alguma. Ninguém manda nele, só a matemática, num diálogo que dispensa outras vozes."
Fonte: Folha de São Paulo.
AS CEGUEIRAS DO CONHECIMENTO:O ERRO E A ILUSÃO -EDGAR MORIN
Edgar Morin São Paulo, SP: Cortez; Brasilía, DF: UNESCO, 2000
Todo conhecimento comporta o risco do erro e da ilusão. A educação do futuro deve enfrentar o problema de dupla face do erro e da ilusão, O maior erro seria subestimar o problema do erro; a maior ilusão seria subestimar o problema da ilusão. O reconhecimento do erro e da ilusão é ainda mais difícil, porque o erro e a ilusão não se reconhecem, em absoluto, como tais. Erro e ilusão parasitam a mente humana desde o aparecimento do Homo sapiens. Quando consideramos o passado, inclusive o recente, sentimos que foi dominado por inúmeros erros e ilusões. Marx e Engels enunciaram justamente em A ideologia alemã que os homens sempre elaboraram falsas concepções de si próprios, do que fazem, do que devem fazer, do mundo onde vivem. Mas nem Marx nem Engels escaparam destes erros.
1.0 CALCANHAR-DE-AQUILES DO CONHECIMENTO
A educação deve mostrar que não há conhecimento que não esteja, em algum grau, ameaçado pelo erro e pela ilusão. A teoria da informação mostra que existe o risco do erro sob o efeito de perturbações aleatórias ou de ruídos (noise), em qualquer transmissão de informação, em qualquer comunicação de mensagem. O conhecimento não é um espelho das coisas ou do mundo externo. Todas as percepções são, ao mesmo tempo, traduções e reconstruções cerebrais com base em estímulos ou sinais captados e codificados pelos sentidos. Daí resultam, sabemos bem, os inúmeros erros de percepção que nos vêm de nosso sentido mais confiável, o da visão. Ao erro de percepção acrescenta-se o erro intelectual, O conhecimento, sob forma de palavra, de idéia, de teoria, é o fruto de uma tradução/reconstrução por meio da linguagem e do pensamento e, por conseguinte, está sujeito ao erro. Este conhecimento, ao mesmo tempo tradução e reconstrução, comporta a interpretação, o que introduz o risco do erro na subjetividade do conhecedor, de sua visão do mundo e de seus princípios de conhecimento. Daí os numerosos erros de concepção e de idéias que sobrevêm a despeito de nossos controles racionais. A projeção de nossos desejos ou de nossos medos e as perturbações mentais trazidas por nossas emoções multiplicam os riscos de erro. Poder-se-ia crer na possibilidade de eliminar o risco de erro, recalcando toda afetividade. De fato, o sentimento, a raiva, o amor e a amizade podem-nos cegar. Mas é preciso dizer que já no mundo mamífero e, sobretudo, no mundo humano, o desenvolvimento da inteligência é inseparável do mundo da afetividade, isto é, da curiosidade, da paixão, que, por sua vez, são a mola da pesquisa filosófica ou científica. A afetividade pode asfixiar o conhecimento, mas pode também fortalecê-lo. Há estreita relação entre inteligência e afetividade: a faculdade de raciocinar pode ser diminuída, ou mesmo destruída, pelo déficit de emoção; o enfraquecimento da capacidade de reagir emocionalmente pode mesmo estar na raiz de comportamentos irracionais.
19 Portanto, não há um estágio superior da razão dominante da emoção, mas um eixo intelecto-afeto e, de certa maneira, a capacidade de emoções é indispensável ao estabelecimento de comportamentos racionais. O desenvolvimento do conhecimento científico é poderoso meio de detecção dos erros e de luta contra as ilusões. Entretanto, os paradigmas que controlam a ciência podem desenvolver ilusões, e nenhuma teoria científica está imune para sempre contra o erro. Além disso, o conhecimento científico não pode tratar sozinho dos problemas epistemológicos, filosóficos e éticos. A educação deve-se dedicar, por conseguinte, à identificação da origem de erros, ilusões e cegueiras.
1.1 Os erros mentais
Nenhum dispositivo cerebral permite distinguir a alucinação da percepção, o sonho da vigília, o imaginário do real, o subjetivo do objetivo. A importância da fantasia e do imaginário no ser humano éinimaginável; dado que as vias de entrada e de saída do sistema neurocerebral, que colocam o organismo em conexão com o mundo exterior, representam apenas 2% do conjunto, enquanto 98% se referem ao funcionamento interno, constituiu-se um mundo psíquico relativamente independente, em que fermentam necessidades, sonhos, desejos, idéias, imagens, fantasias, e este mundo infiltra-se em nossa visão ou concepção do mundo exterior. Cada mente é dotada também de potencial de mentira para si próprio (self-deception), que é fonte permanente de erros e de ilusões. O egocentrismo, a necessidade de autojustificativa, a tendência a projetar sobre o outro a causa do mal fazem com que cada um minta para si próprio, sem detectar esta mentira da qual, contudo, é o autor. A própria memória é também fonte de erros inúmeros. A memória, não-regenerada pela rememoração, tende a degradar-se, mas cada rememoração pode embelezá-la ou desfigurá-la. Nossa mente, inconscientemente, tende a selecionar as lembranças que nos convêm e a recalcar, ou mesmo apagar, aquelas desfavoráveis, e cada qual pode atribuir-se um papel vantajoso. Tende a deformar as recordações por projeções ou confusões inconscientes. Existem, às vezes, falsas lembranças que julgamos ter vivido, assim como recordações recalcadas a tal ponto que acreditamos jamais as ter vivido. Assim, a memória, fonte insubstituível de verdade, pode ela própria estar sujeita aos erros e às ilusões.
1.2 Os erros intelectuais
Nossos sistemas de idéias (teorias, doutrinas, ideologias) estão não apenas sujeitos ao erro, mas também protegem os erros e ilusões neles inscritos. Está na lógica organizadora de qualquer sistema de idéias resistir à informação que não lhe convém ou que não pode assimilar. As teorias resistem à agressão das teorias inimigas ou dos argumentos contrários. Ainda que as teorias científicas sejam as únicas a aceitar a possibilidade de serem refutadas, tendem a manifestar esta resistência. Quanto às doutrinas, que são teorias fechadas sobre elas mesmas e absolutamente convencidas de sua verdade, são invulneráveis a qualquer crítica que denuncie seus erros.(...)
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